Feito Pra Durar Até o Último Piscar de Olhos

Agora essa manhã, me dei conta de que faz algum tempo que não escrevo nada sobe amizade.

Eu tenho escrito tantos outros textos sobre assuntos aleatórios, que fico me perguntando quando foi a última vez que eu precisei desabafar sobre isso.

Lembro que o primeiro texto pessoal que eu decidi publicar no blog era um que falava sobre a mágoa que eu tinha sentido a respeito de uma discussão com duas amigas que eu gosto muito. Naquela época eu jurava que nunca mais voltaríamos a nos falar, como tantas outras vezes depois eu jurei também – e somos amigas até hoje.

O meu grau de importância com amizade hoje em dia é o mesmo que sempre foi. Nunca ficou para trás e nunca será uma das coisas menos importantes pra mim. Só que hoje em dia a gente mudou. A medida em que vamos crescendo, algumas coisas ficam mais difíceis, mas outras, como questão a amizade, tendem a ficar mais fáceis. Os dramas já não existem mais.

O amor é profundo, mas é sério.

Lembro do meu relacionamento com as meninas em 2011 e comparo com agora. A gente vivia tão intensamente a nossa amizade, que quase todo os dias me rendia inspiração pra contar alguma coisa. O amor é o mesmo, a consideração também. O que mudou na gente, foi o modo como encaramos isso, os problemas umas das outras e as pautas das conversas.

Hoje a gente não tem vergonha de falar de sexo, nem de dizer que discorda completamente com medo de magoar. A gente fala de política, de sociedade, de problemas mundiais e coisas completamente inúteis – ainda. A gente mesmo cozinha. A gente empresta dinheiro e livros. Deixa as amigas terem outras amigas que não sejam nossas amigas, e nem nos importamos se preferirem sair com elas – às vezes. Porque nem tudo são flores, meu bem. A gente planeja nosso futuro incluindo e associando a vida uma das outras. Estamos nos graduando. Moramos com nossos pais, mas podemos chegar tarde. Por fim, somos hoje tudo o que gostaríamos de ser em 2011.

E mesmo com tantos desencontros e caminhos opostos, a gente não se preocupa em ter que se falar todo o santo dia. Acho que é porque no fundo a gente entende que nosso lugar tá garantido umas com as outras. As amizades verdadeiras são assim quando a gente cresce, elas caminham e amadurecem com a gente independente das circunstâncias.

 

MeninasNota de agradecimento: Obrigada por todos os momentos maravilhosos na infância, na adolescência e agora na juventude. Vocês são incríveis. Andrezza, guarda uma cadeira pra mim.

#Partiu

Tem tudo dado tão certo que eu quase nem tenho sentido a sua falta, nem mesmo tenho sonhado com você noite passada, um pesadelo horrível por sinal.

Acontece que à medida em que o tempo vai passando as dores ficam menos difíceis de serem sentidas. Aquele tempo de ficar mal por você, de não sentir fome, nem vontade de nada, passou. Graças a Deus.

Eu já não me importo se você não pensa mais em mim, não acharia ruim se pensasse, mas eu não espero isso. Honestamente, de você eu já não espero mais nada.

Eu não sou como as outras pessoas, eu não corro atrás do que corre de mim. Você quer ficar sozinho, assim será feito. Semanas atrás eu disse que aquele seria o último dia que eu choraria por você e estou cumprindo. Um dia após o outro.

Eu prometi a mim mesma que a partir do momento em que eu partisse, eu não sairia só de terra, eu faria questão também de sair da sua vida, e assim eu tenho feito.

Deixei em dois mil e quatorze todas as minhas dores, atrasos e desgostos. Vou criar problemas novos no meu cotidiano, na minha nova rotina. Vou criar novas experiências, respirar novos ares, fazer novos planos. E sabe do que mais? Você não está neles.

Foto: Google

 

 

Algumas palavras…

Leia com o coração.

“Já li, já vi, já ouvi inúmeras coisas sobre o amor, mas poucas delas condizem com o amor como ele realmente é.

Eu sei dizer, porque já senti. E não há quem me diga que sou nova demais pra isso. Todas as perguntas que eu tinha a respeito do amor foram respondidas a partir do momento que eu comecei a te amar. Eu me lembro de como ele era, o jeito, a essência e até a cor.

Eu te confesso que não iniciei nosso romance te amando ou apaixonada, o que acredito que tenha sido um tanto correto, porque o encanto veio depois. Eu te dei uma chance de você me mostrar o que sabia, e eu gostei do que vi. Procurei te conhecer pra saber se você era a pessoa certa e você me ensinou que a pessoa certa não é perfeita, ela se torna. E se ela não se torna, ela chega lá perto, porque se é possível amar até os seus defeitos.

Então de pouco em pouco eu fui depositando em você as melhores coisas que eu guardava em mim, coisas que eu tinha colhido ao longo de anos.

Eu tinha a mania de achar que sabia demais e você tinha a mania de concordar comigo, porque por algum acaso na maioria das vezes eu estava certa.

Mas um dia eu errei e foi um erro tão grande que a queda me deixou em pedaços.

Meu erro foi perder a paciência com você. Você acreditava que eu seria uma fonte inesgotável, mas eu sequei. Eu senti medo, e então a sua distância e a minha falta de tolerância me fizeram pensar que você logo não iria me querer mais e eu resolvi poupar sofrimento. Eu achava.

Quando rompemos minha intenção nunca foi terminar de vez. Você pensava muito nas coisas de fora, então eu realmente achei que você quisesse o mundo ao invés de mim. Você nem pestanejou. Até então eu estava esperando, você pode até achar que não, mas eu pensava todos os dias em quanto mais eu teria que esperar até você perceber que ter o mundo nas mãos não é tão legal quando não se tem com quem compartilhar. Mas eu errei o cálculo do tempo.

Então te tirei da minha vida sem realmente querer aquilo. Deixei você partir, achei que você ficaria bem sozinho, engano meu. Eu não sabia que a tua dor com a perda de nós dois tinha sido tamanha, você nunca me contou. Porque eu certamente jamais teria deixado você passar por isso. Mas como sempre, você falou ‘demenos’ e eu acabei pensando por nós dois.

Eu passei nove meses longe de você, esse tempo foi suficiente pra eu ver que é do seu lado que eu quero estar, não a sua frente, não acima, nem atrás, do lado. Como eu estivera por quase dois anos.

As pessoas dizem que você não é o mesmo, você me diz que mudou e eu sinto medo disso, medo dessa mudança. Mas quando eu te olho, ainda posso te ver em algum lugar. E se ainda restar um pouco de você por aí, eu te quero de volta. Porque eu não só preciso de você na minha vida, como faço questão de dividir ela com você.

O mundo lá fora não é tão ruim na sua parte boa, mas mesmo com tantas pessoas, tantos lugares, tantos sabores e tantos outros momentos que podem ser vividos, eu prefiro você. Todas essas regalias acabam sendo chatas demais sem você, não há festas, não há “resenhas” e nem outros programinhas interessantes que me façam parar de pensar um instante se quer em você. Descobri até que posso pensar e duas coisas ao mesmo tempo, porque esteja o que eu estiver fazendo, você está lá. Tudo o que eu tenho feito é pensando em você, mesmo indiretamente. Um dia você me disse o que a bíblia falava sobre o amor, hoje eu quero que se lembre.

Os nossos amigos dizem que ainda temos jeito, que eu devo dar tempo ao tempo, mas esse tempo nunca passa, acho que você sabe que pra um coração apaixonado dias são como semanas. Algumas outras pessoas dizem que eu fiz a minha parte e que se não deu certo, devo seguir em frente, mas não me parece muito justo. Você passou cinco meses pra ter sua segunda chance comigo, passou nove distante de mim, e mesmo passando quase dois anos te amando, cuidando de você, ensinando e fazendo questão de ser a melhor pessoa em fazer tudo isso, te esperar mais um bocado me parece até justo, claro que seria surreal se você me dissesse que aceita o meu amor de volta no exato momento em que ler isso, mas por você é valida a espera, cada milésimo de segundo.

O amor tem suas fases e se você deixar eu prometo esta será uma delas. Eu te amo de uma maneira que parece que nem cabe dentro de mim. Eu te quero de um jeito que nunca pensei que uma pessoa pudesse querer outra. Parece que sou uma pessoa pela metade. No fim, como um labirinto, os vários caminhos que eu percorro sempre acabam em você. Você certamente deve ter uma dezena de razões pra dizer ‘não’ pra mim, mas se disser sim, eu te darei outras cem mil pra se orgulhar da sua resposta.”

…que nunca serão lidas.

 

 

 

 

Válvula de escape

“Era um dia nublado, eu não aguentava mais ficar naquele escritório, me sentia sufocada e incomodada com cada ligação, cada chamado e cada cumprimento que as pessoas direcionavam a mim.

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Custaria o meu emprego, mas dani-se, preciso sair daqui! Saí da empresa e fiquei na pracinha perto do meu trabalho espairecendo, sentindo o frio de Dezembro enquanto pensava na minha vida e no que fazer com ela. Não foi suficiente.

Voltei para a empresa, fui até o estacionamento, peguei o carro e saí. Dirigi por boa parte da cidade até tomar a decisão de ir te ver. Com vergonha eu bati no seu portão, meus olhos já transbordavam, mas eu não tinha mais ninguém. Sua reação quando abriu a porta e me viu aquele jeito, eu nunca vou esquecer. No mesmo instante você desceu, preocupado e complacente, segurou meu rosto e beijou minha bochecha. Me deu um abraço afável, encostou minha cabeça no seu peito e me fez sentir segura. Eu te abracei e deixei você me levar pra dentro.

Sentamos no seu sofá de frente um pro outro, eu te contei dos meus problemas, você ouviu tudo, disse que as coisas vão melhorar, que eu não devo seguir impulsos, que vontades são passageiras e que fé e o que devemos ter. Que você estaria do meu lado, como sempre esteve, para tudo e para nada e que de lá não sairia. Que apesar das circunstancias, você estava feliz por eu estar ali naquele momento, que não se importava em me ouvir, mas que não aguentava só me olhar.

Então me beijou, com delicadeza foi me tocando e amando. Eu nunca me senti assim com ninguém, nem me imagino ficar sem isso. Eu cedi, fiquei por lá mesmo, passamos o resto do dia e a noite juntos. Os problemas? Eles diminuem quando estou com você, ou eu cresço. Me sinto forte, me sinto mulher.

Amanheceu e eu levantei antes de você, apesar de você dizer que me acha a garota mais linda do mundo, por precaução passei um pó no rosto. Voltei pra cama e fiquei te olhando dormir. Quem diria, nós dois. Eu sempre desencanada e você tão insistente, se encantou pelo que viu e se entregou quando conheceu.  Nosso amor é aconchegante, nossa intimidade infinita. Sinceros um ao outro, a ponto de sem pestanejar você me dizer o que fazer. Mas nós dois somos assim, válvulas de escape e quando o mundo se perder de minhas mãos, você estará lá esperando por mim, pra me lembrar quem realmente eu sou.”

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Texto inspirado na canção “Mulher”, do Projota.

 

p.s: esse é o primeiro que escrevo inspirada em alguma música, então me digam se gostaram da idéia e se querem mais. Por favor, sejam bonzinhos. Hihi.

Beijo! ♥

 

 

 

 

Meu vício tem nome

Em algum momento de nossas vidas saímos da rotina, você deixa de lado um pouco da sua convenção pra sucumbir os desejos que te anseiam.

Nem sempre isso é correto e mesmo sabendo que isso pode te prejudicar, te magoar, te decepcionar, você faz. Porque ninguém pode te proporcionar a satisfação que você sente ao fazer, e/ou é muito válido correr o risco.

Parece meio sem sentido se envolver em algo que é certo o seu fracasso, mas na juventude pouca coisa realmente precisa fazer sentido. E então você insiste, afinal não é certo, mas também não parece errado. Você se sente bem com isso. E mesmo que você queira parar, você é fraco pra isso.  Cada átomo do seu corpo inflama desejando que aquele momento não termine. Você se sente inteiramente bem, leve, satisfeito, essa é a adrenalina de consumar algo que você não pode, ou algo que você deseja há algum tempo. Parece até injusto ter que deixar pra lá e seguir com o marasmo.

É bom contar histórias, é bom ter o que lembrar. Contos de fadas são bonitos, mas eu prefiro os baseados em fatos reais.

 

Courage

“De uns dias para cá venho pensado em nós dois, tenho discutido comigo mesma sobre a nossa relação, ou seja lá qual for o nome disto.

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Acontece que eu não quero mais.

O que rolou entre nós foi inesperado para mim em partes, minha ficha caiu quando fomos nos falar e você me deu aquele beijinho meia lua no canto da boca. Desde então nós dois foi conexão, em praticamente tudo.

Quando você me disse que combinávamos, eu ri, mas bastaram mais alguns diazinhos pra você me provar que estava certo. Foi muito bom te conhecer melhor, você é incrível!

Eu adorava o jeito de como você demonstrava me querer, como me tratava quando estávamos juntos, a maneira que me beijava e me tocava. O nosso encaixe, nossas conversas, nossas opiniões complementando uma a outra. Parecia que eu combinava mais com você do que ela. Mas esse é o problema, ‘ela’ existe. Existe entre nós.

Isso me fez ficar mal, pensativa sobre um valor pessoal que eu tinha antes de te conhecer. Mas você, valia à pena sabe? Eu sei que não era certo, mas também não parecia errado. Nós dois parecíamos tão corretos, como se devêssemos ficar juntos. É como se tivéssemos encontrado a coisa certa em um momento errado. Não sei se pra você era assim também.

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O que a gente tinha se tornou tão intenso que ultrapassou qualquer um dos meus princípios pessoais, quem precisa de regrinhas de bom comportamento quando se tem você nos braços? Era bem assim, você me tirou da minha redoma, mexeu com meu mundo, me fez correr riscos e nada disso parecia difícil demais.

Eu queria poder viver isso em sua essência, porque estar junto de ti era bom pra mim. Só que isso vai ter que parar por aqui, minha ficha caiu, não dá pra ficar com você e não te ter, logo mais isso iria aumentar e eu bem sei que não daria em nada. Então, adeus, to voltando para a minha zona de conforto, vou ficar por aqui mesmo, porque eu não tenho a menor vocação pra ser a outra de ninguém.”

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Se tornou passado

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Lendo suas mensagens agora vejo o quanto você é vazio e cheio de si.

Nem sei por que eu estou aqui agora depois de todos esses meses ouvindo o que você tem a dizer. Certa de que você gosta de outra pessoa, cetra de que você tem outra pessoa, ainda sim digo em linhas poéticas como e quanto eu gosto de você.

Mas sabe, eu não sou uma daquelas pessoas que insiste por muito tempo, eu acordo pra vida e eu sigo em frente.

Que me perdoe os sentimentalistas, mas seguir em frente é tão fácil quanto falar quando você se ama. E mesmo você tendo olhos lindos, essa pele cheirosa, abdômen, costas, sorriso bonito, mesmo sendo inteiramente lindo, eu gosto bem mais de mim.

E outras pessoas também gostam bem mais de mim do que você.

Hoje eu me desmancho de você, sem pedir licença, sem aviso prévio. Sem dó e provavelmente sem sentir saudades depois.

Sigo minhas filosofias malucas e sei esperar, vou sentar aqui e aguardar a minha vez chegar, porque esse mundo gira e quando ele ficar de ponta-cabeça quem você acha que estará por cima?

Mensagem não enviada

“Juro que tô em sã consciência, sem álcool, sem remédio. Rs.

Só to pensando… To longe de tudo, de todos, então to aproveitando pra pensar na vida. E como ultimamente você tem sido a minha, nada mais natural que eu aproveitar a calma e te escrever algumas coisas.

Grande parte do que eu vou escrever você já sabe, eu já te disse. E eu também sei que provavelmente você vai responder com alguns emojis, mas ainda sim quero pôr pra fora de novo meus sentimentos.

Não é segredo pra ninguém que eu não superei o término do nosso namoro, não é segredo que eu te amo como jamais amei outra pessoa. Por mais tempo que passe, coisas que eu viva, meu sentimento não muda… e isso acaba comigo, por não ser correspondido. Eu já busquei te entender, na verdade eu já entendi a tua fase. Eu posso jurar que me adaptaria ao seu novo jeito, o que realmente é verdade, eu me arrependi com meus erros e faria tudo diferente por você, até porque você mesmo disse que eu deixei de ser “certinha”, e eu deixei mesmo… por sua causa.

As coisas realmente poderiam ser bem diferentes se eu tivesse outra chance pra mostrar isso, era só o que eu queria, peço todas as noites pra Deus me ajudar. Infelizmente, eu já entendi que você não me ama mais, é duro mas é realidade. Novamente reconheço que a culpa foi minha, que se terminamos foi porque eu fiz a maior parte das besteiras e por esse motivo eu parei e repensei meus conceitos, o que era ou não certo. Hoje em dia vejo e exagerei no jeito que era, sempre ‘dona da razão’, não me esforcei pra te agradar, eu te perdi, cresci repensando nos meus erros, mesmo que talvez seja tarde demais pra isso.

O que eu mais queria agora era uma chance de te ter de volta, tentar de novo, porque eu sinto que a gente ainda pode ser feliz, a gente se dá tão bem, quando estamos juntos parece que ficamos longe do mundo, eu percebo que é assim pra você também. A gente se diverte, se encaixa, se dá prazer.

Eu faço minhas coisas, saio, trabalho, estudo, mas sempre com você na cabeça. Juro que já fiz tudo o que pude pra te esquecer, mas não consigo. Acho que você me enfeitiçou.

Mas quanto ao meu sentimento, acho que não te resta nenhum vestígio de dúvida, porque já fiz de tudo por você. Passei por cima do meu orgulho inúmeras vezes, não te nego nada, te agrado, o que nem é tão certo, mas não consigo não fazer.

Tenho noventa e nove por cento de certeza que nós dois não temos mais volta, só que esse mísero um por cento de esperança é o que me faz agir assim. Eu não quero mais nada além de poder amar você, poder te ver sempre sem ter que me esconder, dizer que te amo sem culpa, te dar bom dia chamando de amor, deitar contigo e ver um filme no sofá da sala – juro que eu não te obrigaria mais a ver nenhum filme cabeça como daquela vez –, viajar e dormir contigo, te brigar porque escreveu algo errado – é pro seu bem –, ir acompanhar os seus jogos e dizer ficar lá cheia de orgulho torcendo por você. Só quero ser boa pra você, só quero você, ser sua, só sua.

Eu até diria isso olhando nos seus olhos se você quisesse, mas prefiro te evitar constrangimento. E ah, não precisa responder nada, nem mesmo seus emojis, finge que é uma carta. Me desculpa se você não gostar do que eu escrevi, só to desabafando meu amor. Um beijo, amo você.”

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Redenção

 

“Eu te disse que tava tarde, mas você insistiu em vir mesmo assim.

Tava todo mundo dormindo, então te fiz pular a janela, porque era menos perigoso – e sim, mais interessante.

A iluminação do meu quarto era uma coisa muito gostosa, você adorava e sempre dizia que era perfeito. Realmente, ficava um clima lindo, suave, sereno. Propício demais para nós dois sozinhos na madrugada.

A proposta era só você vir me ver, porque a gene tava com saudade. Então você deitou comigo na cama e começou a me contar do seu dia, disse o quanto você tava cansado do trabalho e bolado com seu amigo – vocês tinham brigado feio – e que tudo o que você queria era aquele momento. Então eu te fiz relaxar, te falei aquelas minhas bobagens das quais você sempre dá boas risadas. Mas nós dois juntos é sempre um tesão, um tesão repentino.

Então você me beijou suave, mas com vontade. Segurou minha nuca e foi me deitando. Com delicadeza foi baixando a alça do meu pijama, mas lembrou que ainda tinha muito de mim pra acariciar. Então pegou uma das minhas coxas e puxou meu corpo pro seu. Sua mão direita segurava meu cabelo, enquanto a gente se beijava. Sua mão esquerda subiu até minha barriga, segurou minha cintura, você me olhou nos olhos e me deu um sorriso torto cheio de intenções. Então fui pra cima de você, coloquei suas mãos onde queria que elas ficassem e você se surpreendeu com todas as coisas que eu te disse no ouvido, aquela sua risada, eu pude sentir a satisfação e a safadeza.

A gente pode não se ver muito e se falar pouco, mas quando estamos juntos, é como se já fossem anos. E pode curtir, pode vir, porque esse momento é todo seu.”

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Lágrimas nos ombros

Lembro-me que naquela manhã o sol estava pálido, o dia gélido, aparentemente propício pro que estava prestes a acontecer.

Nada de nossos costumes foram feitos naquela manhã, eu não acordei você, não preparei seu café, não te amei. Não por não sentir o tal sentimento, mas por medo, por ansiedade, por tristeza, não era mais a mesma coisa, e você no fundo sabia disso.

Eu fiquei horas sentada naquele sofá e quando você finalmente apareceu pela porta, foi como se meu coração todo se comprimisse dentro de um pote. Você veio simples, suave, sonolento. Senti culpa, mas não poderia deixar pra depois. Não seria justo comigo e nem com você, um dia você entenderá o que eu estou falando. Até porque você mesmo disse que sempre tenho razão nas minhas atitudes, mesmo nas que ainda não fazem sentido.

Você se sentou do meu lado e nós ficamos olhando a frieza do dia pela janela, o sol escondido por entre as nuvens, onde não deixava transparecer o mínimo de raios. Então eu comecei a falar, com cuidado, catando palavras para que fosse claramente compreendida e minimamente rude. Romper nunca é bom.

Você só ouvia, então fiz uma pausa e te ofereci uma oportunidade, você disse o que tinha pra falar, acredito eu. Uma pausa silenciosa. Um fim de amor.

Naquele momento, meu coração chorava junto a cada palavra que a minha boca soltava, ficou empate a dificuldade entre falar e ouvir uma verdade, não é mais fácil pra nenhuma das partes.

Então o céu começou a chorar junto com nós dois, dificultando tudo, impedindo sua partida e me deixando desconfortável a cada minuto corrido daquela tarde estranha de oito de maio.

Quando finalmente chegou a sua hora, você veio se despedir, deu-me um abraço forte – senti muitas coisas naquele abraço, acho que consegui captar todas as mensagens que você depositou nele – um beijo singelo no pescoço, um outro abraço confirmando o que eu disse e afirmando o adeus. Então você se virou, caminhou e foi embora me deixando com lágrimas nos ombros.